Por Cláudia Meireles
Liberto foi
meu canto.
Agora, não é
mais.
Pelas garras
dos homens,
Minha
liberdade se desfaz.
Era ave
cantante,
Alegre...
Pássaro
ingênuo,
Desconhecia
a maldade humana.
Não
imaginava que a racionalidade
Da qual
tanto se orgulhavam
Era, na verdade,
Velada
mediocridade
Na crueldade
manifesta.
Os homens
sabem sequer contemplar a beleza.
Acreditam-se
no direito de destruir
Ou
aprisionar
Toda a
Natureza.
E esse foi o
preço que paguei:
Por não
desconfiar,
Prisioneiro
me tornei.
Meu crime?
Não ser
mudo,
Belamente
voar,
Fazer mal a
ninguém
E saber cantar.
E eles
continuam impunes.
Vitimando
desavisados como eu,
Sequer
consideram
Que também
somos
Filhos de
Deus.