domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ministério da Cultura se declara a favor do uso de animais em circos e gera polêmica

A polêmica do uso de animais em circos reacende no Congresso Nacional


Embora a utilização de animais em circos seja proibida em nove estados brasileiros por constatações de maus-tratos, um Projeto de Lei para que a proibição seja ampliada para todo o país está há sete anos aguardando para ser aprovado.

O PL 7291/2006, na forma de seu substitutivo, é a atual esperança de todos os cidadãos que desejam ver os animais livres do confinamento das jaulas dos circos. Tentativas anteriores de parar o uso de animais em circos no Brasil não foram bem sucedidas, como é o caso do PL 12/2003.

Uma matéria do programa “Câmara Hoje”, da TV Câmara, traz opiniões diferentes sobre a proposta do PL 7291/2006, que pede a proibição dos animais em apresentações circenses. Na reportagem, o Dep. Federal Ricardo Izar (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Direitos dos Animais, defende a aprovação do projeto de lei: “Se a gente quer um país desenvolvido, a gente precisa ter um país evoluído.” No início de fevereiro, Izar solicitou a votação do PL durante um pronunciamento.

Já o Dep. César Halum (PSD-TO), que faz parte da Frente Parlamentar presidida por Izar, é contra a proibição dos animais em circos: “Os animais não devem ser impedidos de trabalhar”. A declaração do Dep. César Halum seria engraçada se não fosse trágica. Membro de uma Frente Parlamentar que foi criada para proteger os animais, Halum usa um argumento raso e que não leva em consideração aqueles que sofrem nas jaulas. Dizer que eles não devem ser “impedidos de trabalhar” dá a entender que eles querem estar no circo, sendo torturados por treinamentos cruéis e confinados em pequenas jaulas.

Outro parlamentar que é a favor de que os animais continuem nos circos é o Dep. Tiririca (PR-SP), ex-dono de circo. Tiririca admite que há circos onde os animais sofrem maus-tratos, mas garante que em outros, isso não acontece. Ele é a favor de uma lei que crie regras para que estes animais possam seguir nos circos. Quando o Dep. Tiririca se refere a maus-tratos, certamente tem em mente apenas chibatada e ações do tipo. O confinamento não parece ser um problema, na visão dele.

O Ministério da Cultura é a contra a saída dos animais 
dos circos

Segundo Marcos Teixeira, o Ministério da Cultura é favorável à utilização de animais em circos. Marcos, que é representante do Ministério, disse que a crueldade está em tirar os animais que vivem há décadas com as famílias circenses. Não é preciso ir muito longe para ver que a opinião de Teixeira é absolutamente superficial. Basta observar os diversos casos de animais que morrem jovens nas jaulas dos circos ou que vão para santuários totalmente debilitados, como é o caso dos animais que chegam ao Rancho dos Gnomos, em Cotia, a 40 km de São Paulo.

Douglas Fernandes, gerente do Circo Mundial, disse que a chegada do circo nas cidades onde o uso de animais é proibido é menos impactante do que antes, quando haviam carretas com animais expostos.

Para os defensores da aprovação do PL, os circos que sobreviverão são aqueles que usam o artista humano como destaque e não são favoráveis aos maus-tratos aos animais. As maiores companhias circenses do mundo, como é o caso da trupe do “Cirque du Soleil”, não utilizam animais e valorizam a arte.

Peça para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados colocar o PL 7291/2006 em votação

Preparamos uma rápida mensagem para que você, se achar pertinente, envie ao Presidente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados:

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Envie para: Henrique Eduardo Lyra Alves, Presidente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados

Assunto: Excelentíssimo Deputado, coloque o PL 7291/2006 em votação

Em nome de todos que têm respeito aos animais e consciência dos problemas ocasionados pela presença deles em circos no território nacional, venho por meio desta mensagem pedir ao Excelentíssimo Senhor que coloque o PL 7291/2006 em votação. O Projeto de Lei está há sete anos esperando para ser votado.

Muito obrigado,
Nome completo, profissão.

Fonte: vista-se.com.br

Não compre animais: A D O T E ! ! !


No CCZ de Maceió há vários animais a espera de um lar

Mãezinha e filhotes nascidos no CCZ esperam adoção
A vida de um animal abandonado é triste e pode ser muito breve. Em geral, ficam largados nas ruas ou BRs, entregues a todos os tipos de reveses, desde a invisibilidade - passando por muita fome, sede, frio ou calor excessivo, doenças, solidão, tristeza e muito medo - até a violência insana de alguns humanos que estupram, espancam, escravizam, torturam ou desprezam esses seres indefesos sem um pingo de remorso, com toda a selvageria e crueldade de que um humano pode ser capaz, a exemplo de tantos e tantos casos que temos visto.

Às vezes, ainda, pode acontecer desses animais serem recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), onde recebem água fresca, alimentação e cuidados veterinários, caso necessário, e permanecem trancafiados aguardando a sorte de uma adoção decente. Sim, porque, infelizmente, muitas vezes, são entregues a adotantes que fazem da sua vida tão sofrida um terror ainda pior. Isso ‘quando’ aparece alguém disposto a adotar. Algo, por sinal, muito raro.

Esse menino é super esperto e também
espera que você o leve pra casa
Os animais recolhidos pelos CCZs não podem ali permanecer indefinidamente. Afinal, a prisão é uma punição cabível apenas aos criminosos e não a seres inocentes. Manter um animal trancafiado é condená-lo à morte lenta e sofrida, sem alento, sem carinho, sem a esperança de um lar amoroso e acolhedor onde possa, enfim, desfrutar do sentimento de felicidade possível ao lado de alguém que lhe mostre que nem todos os humanos são iguais.

Acontece que nesse ponto ficam a depender da boa vontade da sociedade, que seus membros comecem a ter a sensibilidade necessária para compreender que não faz sentido COMPRAR animais quando há tantos em abrigos, em CCZs e nas ruas precisando apenas de uma chance, de um olhar de quem de fato os enxergue.

O Centro de Controle de Zoonoses de Maceió, por exemplo, está repleto de animais aguardando um lar. A maioria dos que estão lá hoje foi apreendida numa ação conjunta com o Batalhão de Policiamento Ambiental, motivada por este blog, que os resgatou dos maus tratos infligidos por moradores de rua, no Conjunto José Tenório. Naquele momento, o melhor foi feito – tirá-los da situação de risco em que se encontravam, doentes, subnutridos e sob espancamentos constantes. Foram recolhidos, medicados, alimentados e se mantêm em segurança. Passados mais de quarenta dias, ainda aguardam adoção.

Todos os dias o caso tem sido divulgado nas redes sociais, porém, sem o êxito desejado. São mais de trinta cães entre filhotes, jovens e adultos, machos e fêmeas, saudáveis, que precisam e merecem ser adotados de forma responsável. A maioria Sem Raça Definida. Além de vários gatos lindos e dóceis. Ai fica a pergunta: cadê a sociedade? Cadê as pessoas de bom coração? Por que ninguém ainda se sensibilizou com a história desses peludos? Por que ninguém se prontificou a levá-los para casa? Por que ninguém fez absolutamente nada? E por que alguns ainda se acham no direito de criticar a solução encontrada sem empreender nenhuma atitude mais satisfatória, além da língua ferina afiada?

Essa coisa de fazer questão por animais ‘de raça’ é, no mínimo, ultrapassada. Coisa de gente ignorante, que se preocupa mais com as aparências, em exibir marcas e atestar status, ainda que de fachada. Coisa de gente fútil que valoriza mais a etiqueta que as batidas de um coração. Ou de gente fútil que nunca teve o insight de perceber o apelo comovente por compaixão expresso nos olhos de um animal.    

Em meu ponto de vista, essa é uma situação preocupante, merecedora de reflexão porque se constitui em mais um grave indício do egoísmo que assola a humanidade tornado-a vítima fácil da violência crescente e da impunidade.  E a maioria de nós assiste inerte a todas essas demonstrações, de braços cruzados e ar de quem não tem nada com isso como se esse mal todo jamais pudesse nos atingir. Mera ilusão.

SERVIÇO

O CCZ de Maceió está localizado na parte alta da cidade, próximo ao bairro Forene. Fica aberto à visitação pública, diariamente, das 8h às 12h. Os telefones para contato são 3373-9182 e 3315-5462. As adoções são viabilizadas mediante a entrega das cópias do RG e do comprovante de endereço.

Adote um animal abandonado e descubra como é bom sentir que alguém o ama incondicionalmente. Ele jamais o deixará e será seu melhor companheiro durante a vida inteira. Mostre que você é um humano de raça e aja com a mesma grandeza. 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Invadir domicílio para socorrer animais é legal

Negar-lhes socorro é, no mínimo, 'desumano'

O direito que nos assiste quando expressamos o nosso inconformismo com o crime é o mesmo que se transforma em dever da autoridade pública em averiguá-lo, pois o cidadão espera dos órgãos de governo a proteção necessária contra o crime e a violência. 


Muitas pessoas já sentiram tristeza e indignação quando ouviram o cão do vizinho uivando ou latindo, ou o miado do gato abandonado, expressando solidão, fome, angústia, dor e desespero pelas crueldades sofridas.

No último final de ano, um gato preso entre a janela e a rede de proteção de um apartamento no 15º andar de um edifício, em Higienópolis, região central da capital paulista, sem água e sem comida, chamou a atenção da mídia e ganhou destaque nos principais jornais e grandes portais de Internet. A foto do gato foi publicada, pela primeira vez, no início da tarde do dia 1° de janeiro, pelo estadao.com.br. Foram feitos pedidos de socorro ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Militar, sem êxito.

O síndico do prédio, sabendo que os responsáveis pelo gato abandonado tinham viajado para o Rio de Janeiro, sentiu-se na obrigação de invadir o asilo inviolável para prestar socorro ao animal. As pessoas que se preocupam com o bem-estar dos animais sentiram-se vitoriosas.

A Constituição Brasileira declara, no seu artigo 5º, XI, que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.

Nada existe no nosso ordenamento jurídico que nos leve a entender que esta norma tenha por destino a prestação de socorro, exclusivamente, ao animal humano. Não tem fundamento e é arbitrária qualquer restrição ao texto constitucional, pois o próprio artigo 225, §1º, inciso VII, afirma incumbir ao poder público a vedação das práticas que submetam os animais à crueldade.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” e que “para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade”.

Deixar um animal sem água e sem comida, preso entre a janela e a rede de proteção de um apartamento, durante vários dias, é submetê-lo à crueldade, é condená-lo à morte, é crime. De que maneira poderá o Poder Público, em obediência à Constituição, proteger este animal ou vedar a submissão dele à crueldade ou à morte sem socorrê-lo? É dever do Poder Público, fazendo uso de uma das exceções constitucionais ao princípio da inviolabilidade do domicílio, prestar socorro imediato ao animal.

Devemos lembrar, ainda, que o Código Penal, em seu artigo 150, §3º, inciso II, afirma “não constituir crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências, a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser”.

Algumas providências acautelatórias devem ser tomadas para que não venha a ser configurada a violação de domicílio. Em companhia de duas testemunhas, abra a porta da casa com um chaveiro e, depois da prestação do socorro, feche-a. No próprio local, lavre um termo descrevendo as condições em que se encontrava o animal, assine e colha as demais assinaturas. Comunique o ocorrido na circunscrição policial e leve o animal para ser atendido e examinado numa clínica veterinária.

“Manter-se inerte diante de um ato de maus-tratos é conduta moralmente censurável, que só faz crescer a audácia do malfeitor”, lembra o promotor de Justiça de São José dos Campos – São Paulo, Laerte Fernando Levai, em sua obra Direito dos Animais.

Antonio Carlos Fernandes é Advogado, Economista e pós-graduando em Psicopedagogia Social.

Fonte: Olhar Animal

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

MALTRATAR ANIMAIS É CRIME


Veja o que é considerado maus tratos perante a lei



Embora a imensa maioria dos crimes cometidos contra animais sejam praticados por pessoas indubitavelmente más, cruéis e frias, por incrível que pareça, ainda há casos em que os infratores sequer imaginam que estejam incorrendo em erro. Muitos também não sabem que, mais que um erro, maltratar animais é crime. Por isso, hoje, o Alma de Bicho resolveu trazer informações sobre as leis que defendem os animais bem como as penalidades previstas.


A Lei 9605/98, de Crimes Ambientais, em seu Artigo 32, deixa claro que praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime cuja pena poderá ser de um ano a quatro anos de detenção mais multa.

A mesma lei descreve algumas ações consideradas maus-tratos ou crueldades contra os animais, a seguir: não dar água e comida diariamente; manter preso em corrente; manter em local sujo ou pequeno demais para que o animal possa andar ou correr; deixar sem ventilação ou luz solar, ou desprotegido do vento, sol e chuva; negar assistência veterinária ao animal doente ou ferido; obrigar a trabalho excessivo ou superior à sua força; abandonar; ferir; envenenar; utilizar para rinha, farra do boi, etc.

Caso não houvesse uma lei específica que contemplasse os animais não-humanos, ainda assim, eles já estariam protegidos por nossa Constituição Federal que em seu Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, no artigo 5 do capítulo I, parágrafo II, determina que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei.

Mais à frente, em seu parágrafo XLII, alerta que a Lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. Incluindo-se aqui, claro, os Direitos dos Animais .

Portanto, sugiro aos desavisados que apreciam ‘barbarizar’ com esses seres indefesos pensar duas vezes antes de continuar praticando suas maldades porque as coisas estão mudando. As leis estão se tornando mais rígidas e cada vez mais pessoas estão denunciando e exigindo a devida punição para qualquer tipo de crime contra os animais

Ainda que a passos lentos, a sociedade está evoluindo e aceitando cada vez menos toda essa brutalidade motivada pela ignorância de alguns humanos. Apesar dos pesares, precisamos acreditar que os bons vencerão. E isso depende da ação de cada um de nós. Que tal começar agora?

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Neafa solicita doação de jornais à comunidade


O NEAFA precisa URGENTEMENTE de doação de jornais para acomodar os animais que estão domiciliados em suas dependências.

Quem tiver jornais velhos, por favor, entregue na sede da ONG que fica situada na Rua dos Bandeirantes, 504, Farol. O horário para entrega é das 8h às 14h. 

Aos que não puderem entregar em nossa sede, nós buscaremos. É só ligar para os números: (82) 3221-0193 / 9910-4592.

Finalmente, cientistas descobrem que animais têm consciência



O neurocientista canadense Philip Low ganhou destaque no noticiário científico depois de apresentar um projeto em parceria com o físico Stephen Hawking, de 70 anos. Low quer ajudar Hawking, que está completamente paralisado há 40 anos por causa de uma doença degenerativa, a se comunicar com a mente. Os resultados da pesquisa foram revelados no último sábado (7) em uma conferência em Cambridge. Contudo, o principal objetivo do encontro era outro. Nele, neurocientistas de todo o mundo assinaram um manifesto afirmando que todos os mamíferos, aves e outras criaturas, incluindo polvos, têm consciência. Stephen Hawking estava presente no jantar de assinatura do manifesto como convidado de honra.

Low é pesquisador da Universidade Stanford e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), ambos nos Estados Unidos. Ele e mais 25 pesquisadores entendem que as estruturas cerebrais que produzem a consciência em humanos também existem nos animais. "As áreas do cérebro que nos distinguem de outros animais não são as que produzem a consciência", diz Low, que concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:

V - Estudos sobre o comportamento animal já afirmam que vários animais possuem certo grau de consciência. O que a neurociência diz a respeito? 

R - Descobrimos que as estruturas que nos distinguem de outros animais, como o córtex cerebral, não são responsáveis pela manifestação da consciência. Resumidamente, se o restante do cérebro é responsável pela consciência e essas estruturas são semelhantes entre seres humanos e outros animais, como mamíferos e pássaros, concluímos que esses animais também possuem consciência.

P - Quais animais têm consciência? 

R - Sabemos que todos os mamíferos, todos os pássaros e muitas outras criaturas, como o polvo, possuem as estruturas nervosas que produzem a consciência. Isso quer dizer que esses animais sofrem. É uma verdade inconveniente: sempre foi fácil afirmar que animais não têm consciência. Agora, temos um grupo de neurocientistas respeitados que estudam o fenômeno da consciência, o comportamento dos animais, a rede neural, a anatomia e a genética do cérebro. Não é mais possível dizer que não sabíamos.

P - É possível medir a similaridade entre a consciência de mamíferos e pássaros e a dos seres humanos? 

R - Isso foi deixado em aberto pelo manifesto. Não temos uma métrica, dada a natureza da nossa abordagem. Sabemos que há tipos diferentes de consciência. Podemos dizer, contudo, que a habilidade de sentir dor e prazer em mamíferos e seres humanos é muito semelhante.

P - Que tipo de comportamento animal dá suporte à ideia de que eles têm consciência? 

R - Quando um cachorro está com medo, sentindo dor, ou feliz em ver seu dono, são ativadas em seu cérebro estruturas semelhantes às que são ativadas em humanos quando demonstramos medo, dor e prazer. Um comportamento muito importante é o autorreconhecimento no espelho. Dentre os animais que conseguem fazer isso, além dos seres humanos, estão os golfinhos, chimpanzés, bonobos, cães e uma espécie de pássaro chamada pica-pica.

P - Quais benefícios poderiam surgir a partir do entendimento da consciência em animais? 

R - Há um pouco de ironia nisso. Gastamos muito dinheiro tentando encontrar vida inteligente fora do planeta enquanto estamos cercados de inteligência consciente aqui no planeta. Se considerarmos que um polvo — que tem 500 milhões de neurônios (os humanos tem 100 bilhões) — consegue produzir consciência, estamos muito mais próximos de produzir uma consciência sintética do que pensávamos. É muito mais fácil produzir um modelo com 500 milhões de neurônios do que 100 bilhões. Ou seja, fazer esses modelos sintéticos poderá ser mais fácil agora.

P - Qual é a ambição do manifesto? Os neurocientistas se tornaram militantes do movimento sobre o direito dos animais?

R - É uma questão delicada. Nosso papel como cientistas não é dizer o que a sociedade deve fazer, mas tornar público o que enxergamos. A sociedade agora terá uma discussão sobre o que está acontecendo e poderá decidir formular novas leis, realizar mais pesquisas para entender a consciência dos animais ou protegê-los de alguma forma. Nosso papel é reportar os dados.

P - As conclusões do manifesto tiveram algum impacto sobre o seu comportamento? 

R - Acho que vou virar vegetariano. É impossível não se sensibilizar com essa nova percepção sobre os animais, em especial sobre sua experiência do sofrimento. Será difícil, adoro queijo.

P - O que pode mudar com o impacto dessa descoberta? 

R - Os dados são perturbadores, mas muito importantes. No longo prazo, penso que a sociedade dependerá menos dos animais. Será melhor para todos. Deixe-me dar um exemplo. O mundo gasta 20 bilhões de dólares por ano matando 100 milhões de vertebrados em pesquisas médicas. A probabilidade de um remédio advindo desses estudos ser testado em humanos (apenas teste, pode ser que nem funcione) é de 6%. É uma péssima contabilidade. Um primeiro passo é desenvolver abordagens não invasivas. Não acho ser necessário tirar vidas para estudar a vida. Penso que precisamos apelar para nossa própria engenhosidade e desenvolver melhores tecnologias para respeitar a vida dos animais. Temos que colocar a tecnologia em uma posição em que ela serve nossos ideais, em vez de competir com eles.

Fonte: Veja

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Animais: com que direito lhes negamos direitos?

Especialistas em direitos animais desmistificam ideias e argumentos equivocados sobre o tema


Quando se fala de direitos dos animais, devíamos primeiro definir o que é um animal para sabermos do que cada um está falando. É curioso porque devíamos estar falando de tudo o que faz parte do mundo físico e que não é vegetal nem mineral. Nesse plano, estamos na mesma categoria do símio, do rinoceronte, do touro, do cão, da águia, da truta, da libélula, da ostra.

A História prova até a exaustão que a fronteira que as classes dominantes marcam entre os que consideram seus pares e os que não devem ser considerados sujeitos de direito é arbitrária e traçada de acordo com interesses de poder. 

Só entendendo isto poderemos entender a evolução imparável dos direitos dos animais (humanos e não humanos). E isto porque os argumentos para a discriminação negativa são invariavelmente os mesmos, independentemente da espécie, raça, credo ou gênero. 

As mulheres, os negros, as crianças, os velhos, os pobres, os deficientes, os índios, os asiáticos, os judeus, os ciganos, os árabes, já estiveram do lado de lá da fronteira. Basicamente, a razão usada ao longo dos tempos para não serem considerados é porque não eram/são iguais a "nós". 

Hoje em dia a fronteira está entre o homem e o macaco, embora este pertença inclusivamente à nossa ordem - dos primatas - ou seja, tenha muito mais afinidades conosco do que com uma ostra, mas, no entanto, continua excluído da nossa esfera de consideração moral.



Os preconceitos depois alastram e uma vez estabelecidos, passam a fazer parte do senso comum e deixam de ser questionados. Assim se fez com os cães e os gatos que passaram a ser protegidos, a ter um estatuto social diferente, muito embora em termos cognitivos e de senciência estejam ao mesmo nível de todos os que são dotados com um sistema nervoso central.

É fácil perceber que não existe qualquer razão científica para que assim seja. Logo, esta decisão é política e, como tal, contestável.

Walter Benjamin disse que toda a nossa civilização assenta em barbárie. Sendo isso verdade, tendo os humanos baseado a sua civilização em estratégias de domínio e subjugação, será errado querer mudar essa forma de estar no mundo? Não nos parece. Errado é persistir num modelo profundamente injusto.

Quais são os limites para os direitos dos animais?

O processo de estabelecer limites intermediários é algo que nos é habitual. Nesse processo deparamo-nos necessariamente com zonas cinzentas, de difícil consenso, mas isso não deveria impedir-nos de definir critérios mínimos de decência no que à moral diz respeito.


Provavelmente não conseguimos consenso relativamente às abrangências do Sistema Nacional de Saúde, mas todos concordamos que não se devem eutanasiar pessoas por não terem dinheiro para pagar um tratamento caro, moroso e sem garantia de resultados.

Aceitamos a imposição de limites de velocidade, assentes em critérios altamente subjetivos. Distinguimos os diversos tipos de homicídio, aplicamos-lhe variáveis como o dolo, a premeditação, a relação entre o homicida e a vítima, etc.

No entanto, estranhamente, no que concerne aos animais não humanos, tentamos colocar a questão no tudo ou nada para melhor sacrificarmos os padrões mínimos de decência aos padrões máximos do purismo ético.

A vida de cada animal não humano é tão preciosa para ele como a nossa é para cada um de nós. O fato de trivializarmos a vida dos outros não muda isso.

Artigo de Cristina D'Eça Leal e Pedro Ribeiro - Especialistas em Direitos Animais

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

VERGONHA EM DOBRO

Cavalo de Murici teria sido ‘assassinado’ e não eutanasiado
Se o próprio poder público age dessa forma, o que esperar, então?






Vocês lembram daquele caso do cavalo que sofreu fratura exposta na pata e ficou o dia inteiro agonizando sob um sol escaldante, no município de Murici, sem que nenhum órgão atendesse aos chamados de socorro feitos e que simplesmente sumiu ao anoitecer sem que ninguém desse qualquer satisfação à sociedade?  Pois bem. Recebemos a denúncia (pasmem!) de que o animal teria sido exterminado e jogado num lixão, na zona rural da cidade.

Segundo informação oriunda de fonte segura que, temendo represálias, preferiu não ter a identidade revelada, o animal teria sido assassinado com um tiro à queima-roupa. E o crime teria sido praticado na calada da noite justamente para evitar que a repercussão fosse ainda maior.

De fato, testemunhas confirmaram que, na noite de 25 de fevereiro, quando retornaram ao local para verificar a situação do pobre bicho, não restava nenhum sinal do mesmo, a não ser a poça de sangue deixada no chão onde tinha permanecido por várias horas.

Não existe Centro de Controle de Zoonoses em Murici. Logo, a ausência de pessoas qualificadas para lidar com esse tipo de situação aliada à aparente necessidade de abafar rapidamente o caso consistiria em mais um indício que facilmente comprovaria o ocorrido.

Infelizmente, as pessoas de bem que ainda existem se deixam intimidar muito facilmente com medo do que lhes possa acontecer e aos seus. Não pensam que seu silêncio em nada contribuirá para o próprio bem estar. Pelo contrário, seu comportamento atesta, sim, ao infrator - seja esse uma pessoa física, jurídica ou o próprio poder público, como no caso em questão -, que ali se encontra um ser passivo, que não esboça reações nem impõe ameaças a esse sistema corrupto e corruptível, portanto, conivente com toda a criminalidade praticada.

Mês passado, a triste vítima dessa crueldade não denunciada foi o cavalo de Murici. Ontem, foi um gatinho, assassinado cruelmente, aqui em Maceió, por um delinquente que tem o aval de um atestado de insanidade obtido pela mãe que lhe conferir o benefício da impunidade. Pelo menos, é assim que pensa a tutora do felino que, apostando na inoperância da formalização de uma denúncia, temendo represálias, preferiu silenciar.

Conforme disse o saudoso Renato Russo, na música Teatro dos Vampiros, “os assassinos estão livres, nós não estamos”. A maioria de nós prefere permanecer escravizada por seus próprios medos invés de afugentá-los de forma destemida na busca por justiça. Não importa se ela existe ou não. O importante mesmo é o quanto você é capaz de lutar para que seja feita. E, certamente, não será na covardia que paralisa nem na indignação silenciosa que isso poderá se tornar diferente um dia. Não mesmo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A sua atitude pode salvar vidas. A sua omissão, destruí-las



Temos tomado conhecimento de um grande número de casos de maus tratos contra animais nos últimos tempos. Devido a esse fato, há quem diga que tem aumentado consideravelmente a incidência desse tipo de crime. Mas, eu, particularmente, defendo outro ponto de vista. Acredito que a intolerância, essa sim, é que vem crescendo.

As pessoas já não se calam tanto temendo represálias. Hoje, elas denunciam, divulgam, citam nome e endereço do criminoso e pedem ajuda para libertar o animal do sofrimento. Muitas e muitas clamam por justiça, exigem punição aos culpados.

São indivíduos que compõem o novo perfil de um segmento social que acordou e, finalmente, começou a se dar conta de que, sendo sencientes (seres que sentem), os animais merecem tanto respeito e cuidados quanto qualquer ser humano. São pessoas que descobriram que o real conceito de ‘ser humano’ é ser sensível a dor do outro e, de forma empática, solidarizar-se e agir com esse outro da mesma forma que gostariam que agissem consigo.

É lógico que isso independe de a qual espécie pertence o outro em questão. Mas é algo que se faz mais imperativo quando sua espécie diverge da nossa porque, afinal, na condição de “únicos” seres pensantes a habitar esse planeta nem cairia bem essa coisa de subjugar ou permitir subjugação a alguém que não possui qualquer possibilidade de defesa.

Isso seria crueldade, animosidade, selvageria, covardia, enfim. Adjetivos não faltam para descrever ou nomear atitudes hediondas como a de fazer mal a um animal não humano.


Graças ao princípio de um novo tempo, podemos testemunhar o surgimento de atitudes gestadas em concepções de cunho evolutivo que, se seguidas como exemplo que são, poderão ainda salvar os animais e a humanidade dos desumanos que a aniquilam. Ou tentam aniquilar.

Sempre é tempo de ressurgir das cinzas seculares da omissão e ajudar a construir uma realidade mais nobre, pautada na luta pela garantia e preservação do direito à vida e à dignidade de todas as espécies.

Dia chegará em que os seres humanos serão em relação aos animais do mesmo modo que os anjos são para conosco. Quando esse dia chegar, terá sido instaurada a paz sobre a Terra e o homem não mais degladiará contra outro homem porque, finalmente, terá descoberto o verdadeiro sentido da vida.

Assim, sempre que você souber de algum animal que esteja sofrendo alguma espécie de risco, busque ajuda para salvá-lo. Denuncie, divulgue, grite, ponha a boca no mundo. Não se deixe intimidar pelo agressor. Lembre que você poderá ser a sua única chance dele sobreviver e ser feliz.

Envie e-mail para jornalalmadebicho@gmail.com informando a situação do animal que precisa de ajuda, nome e endereço do agressor bem como seu nome e telefone também para que possamos averiguar, encaminhar denúncia aos órgãos competentes e, o mais importante, cobrar soluções.

A sua atitude poderá fazer toda a diferença. Pense nisso.

CASO ‘DOG’

O cãozinho ‘Dog’, que teve a pata amputada na última quarta-feira, devido a um câncer ósseo, não contou com a compaixão de ninguém, até agora. Mais de mil pessoas tomaram conhecimento de sua história e ninguém se prontificou a ajudar.

Conforme citado em nossa última postagem, a tutora do ‘Dog’ é uma órfã de apenas dezessete anos de idade que não dispõe de condição financeira para arcar com as despesas do tratamento do cão.

Devido à utilização de anestesia injetável, a cirurgia, realizada no Neafa, ficou por R$ 60,00. Junto com os medicamentos e o valor do transporte, a continha do ‘Dog’ chegou aos R$ 300,00. E em alguns dias serão necessários novos exames e a contratação de novo veículo para transporte do animal.

A alimentação do ‘Dog’ também precisa ser melhorada devido a uma forte anemia. Como todos sabem, a alimentação adequada é de vital importância num processo pós-operatório, principalmente em se tratando de um câncer.

Quem quiser contribuir com a recuperação desse garotão, poderá realizar depósito de qualquer valor na conta poupança de número 19875 da Caixa Econômica Federal, agência número 1545, operação 013.