Cavalo de Murici teria sido ‘assassinado’ e não eutanasiado
Se o próprio poder público age dessa forma, o que esperar, então?
Se o próprio poder público age dessa forma, o que esperar, então?
Vocês lembram daquele caso do
cavalo que sofreu fratura exposta na pata e ficou o dia inteiro agonizando sob
um sol escaldante, no município de Murici, sem que nenhum órgão atendesse aos
chamados de socorro feitos e que simplesmente sumiu ao anoitecer sem que
ninguém desse qualquer satisfação à sociedade?
Pois bem. Recebemos a denúncia (pasmem!) de que o animal teria sido exterminado
e jogado num lixão, na zona rural da cidade.
Segundo informação oriunda de fonte segura que, temendo represálias, preferiu não ter a identidade revelada, o animal teria sido assassinado com um tiro à queima-roupa. E o crime teria sido praticado na calada da noite justamente para evitar que a repercussão fosse ainda maior.
De fato, testemunhas confirmaram que,
na noite de 25 de fevereiro, quando retornaram ao local para verificar a
situação do pobre bicho, não restava nenhum sinal do mesmo, a não ser a poça de
sangue deixada no chão onde tinha permanecido por várias horas.
Não existe Centro de Controle de
Zoonoses em Murici. Logo, a ausência de pessoas qualificadas para lidar com
esse tipo de situação aliada à aparente necessidade de abafar rapidamente o
caso consistiria em mais um indício que facilmente comprovaria o ocorrido.
Infelizmente, as pessoas de bem
que ainda existem se deixam intimidar muito facilmente com medo do que lhes
possa acontecer e aos seus. Não pensam que seu silêncio em nada contribuirá
para o próprio bem estar. Pelo contrário, seu comportamento atesta, sim, ao
infrator - seja esse uma pessoa física, jurídica ou o próprio poder público,
como no caso em questão -, que ali se encontra um ser passivo, que não esboça
reações nem impõe ameaças a esse sistema corrupto e corruptível, portanto,
conivente com toda a criminalidade praticada.
Mês passado, a triste vítima
dessa crueldade não denunciada foi o cavalo de Murici. Ontem, foi um gatinho,
assassinado cruelmente, aqui em Maceió, por um delinquente que tem o aval de um
atestado de insanidade obtido pela mãe que lhe conferir o benefício da
impunidade. Pelo menos, é assim que pensa a tutora do felino que, apostando na
inoperância da formalização de uma denúncia, temendo represálias,
preferiu silenciar.
Conforme disse o saudoso Renato
Russo, na música Teatro dos Vampiros, “os assassinos estão livres, nós não
estamos”. A maioria de nós prefere permanecer escravizada por seus próprios
medos invés de afugentá-los de forma destemida na busca por justiça. Não
importa se ela existe ou não. O importante mesmo é o quanto você é capaz de lutar
para que seja feita. E, certamente, não será na covardia que paralisa nem na
indignação silenciosa que isso poderá se tornar diferente um dia. Não mesmo.
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