Facebook elimina distâncias e humaniza causa animal

Acompanhando de perto o drama vivido, milhares de pessoas descruzam os braços e tentam amenizar essa triste realidade

    Exemplo de campanha promovida no Face

Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador ou Maceió. Não importa o local. Protetores de todas as partes do Brasil e do mundo se unem ultrapassando os limites de todas as fronteiras, motivados por um desejo comum – a libertação dos animais. O ideal árduo é, aos poucos, alcançado com o advento do Facebook, que, possibilitando a identificação de pessoas com pensamentos e interesses afins, vem impulsionando a proteção animal e permitindo a otimização dos resultados.

São homens e mulheres, jovens e maduros, de todas as classes sociais, com os mais diversos níveis de escolaridade e ocupações profissionais que encontraram na rede social o ponto de apoio em prol do objetivo comum. A maioria relata os mais diversos tipos de maus tratos cometidos contra bichos de todas as espécies – da terra, da água e do ar – fazem denúncias, cobram das autoridades, exigem punições, combatem a omissão, promovem abaixo-assinados e petições, enfrentam bandidos, resgatam animais e pedem ajuda, o que, aliás, sempre chega por meio de um clique no botão de CPT – abreviação de compartilhar utilizada no Face.

“Sou protetora há muito tempo e costumava usar o Orkut para ajudar os animais”, conta Marga Sassi, 50, de Porto Alegre. “Entrei no Facebook com o objetivo de encontrar velhos amigos que moravam longe, mas, confesso que quando percebi o batalhão de protetores que havia ali e todas as possibilidades de interação com essa ferramenta, não resisti. Meu objetivo passou a ser o de ajudar os animais por aqui também e tem dado muito certo”.

A Letícia, 33, é lá de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre. Ela também migrou do Orkut para o Facebook, o que cita como a melhor coisa que fez na vida já que na rede encontrou pessoas que realmente amam os animais. “Lembro que, à época, eu estava numa situação bastante difícil, sem dinheiro e todos os meus cães com pneumonia. De cara, já encontrei pessoas que custearam todo o tratamento, gente do bem mesmo, que acabaram se tornando grandes amigas”. 

Laura Gomes mora em Maceió. Segundo ela, uma das coisas mais positivas dessa rede social é o fato de poder mostrar como o animal estar, desde o resgate até a adoção. “O Face nos dá a oportunidade de mostrar a maravilhosa transformação que mãos abençoadas podem fazer na vida desses seres que pedem tão pouco. E, sobretudo, provar que toda pessoa de bom coração, se quiser mesmo, pode ajudar, pois, por menor que pareça, toda contribuição é uma bênção para a causa animal”, enfatiza.

    O antes e o depois de um animal abandonado em área de risco e resgatado por protetores

“Costumo divulgar os casos de todo o Brasil, chamando a atenção dos protetores e simpatizantes de cada região onde o animal se encontra para que ele receba ajuda e isso ficou muito mais fácil com o Facebook porque ele concentra um número muito maior de pessoas sensíveis às necessidades dos peludos. É só clicar em compartilhar. O Face contagiou até pessoas de outros países que passaram a utilizá-lo para ajudar os animais e isso é muito bom”, diz a alagoana Isabel Sarmento.

Segundo Monique Taciane, 26, o Face se tornou fundamental para a causa. “Antigamente eu pegava um animal e passava o ano todo cuidando dele, dividia os gastos no cartão e passava séculos pagando. Por falta de dinheiro, muitas vezes achei animal na rua e tive que doar de qualquer jeito, sem castrar, sem levar ao vet, enfim, confiando apenas na pessoa que ia adotar. A "facilidade' com a rede é que agora posto os casos pedindo ajuda e sempre aparece alguém com condições financeiras que se prontifica. Conheço muita gente que tem dinheiro para ajudar, mas não tem coragem de pegar da rua por “n” motivos, daí pedem pra eu pegar e eles que mantêm. Posso dizer que com o Facebook o socorro aos animais melhorou em uns 200%”, analisa.

CONTRAS

Claro que nem tudo são flores. Há também pontos negativos. O principal é a grande exposição que faz com que os protetores dos animais se tornem vulneráveis às pessoas que não ajudam ninguém, mas se acham no direito de criticá-los por “se importarem mais com bichos do que com gente”.  

A mediocridade e a hipocrisia só poderiam ser atributos humanos mesmo. Que enojam e podem causar muitos estragos. Em geral, somente os fracos sucumbem contaminados por seu efeito sórdido e devastador. Mas, embora algumas vezes comentários maldosos cheguem a atingir alguns protetores, a maioria segue firme na missão de auxiliar os anjos de quatro patas contra tudo e contra todos. Até desses que têm a língua mais ferina e desperdiçam o tempo destilando seu veneno. Ainda bem.

* Sugestões de pauta para este blog, assim como denúncias, apelos e notícias podem ser enviados para o e-mail almadebicho@gmail.com

Faça a diferença. Seja cidadão. Faça a sua parte! Por mínima que pareça a sua contribuição, ela poderá 

salvar a vida de um animal.