Quanto tempo você sobreviveria se trocasse de lugar com ele?
Não existe uma época que possa
ser denominada como “a pior” para um animal que vive nas ruas. As quatro
estações do ano, sem exceção, são extremamente delicadas porque nas ruas os peludos
estão sob riscos diários. Entretanto, num período tão quente como esse que
estamos vivendo nos últimos meses, a desidratação é um dos maiores perigos a que
estão expostos.
Sob esse calor arrebatador, o sol
castiga e a sede chega a matar esses serzinhos que já sofrem tanto. Mas, com boa
vontade você pode aliviar um pouco desse sofrimento. Basta por uma vasilha na
bolsa quando sair e, ao se deparar com um animal durante o percurso, não pense
duas vezes. Lance mão do recipiente, ponha água fresca e lhe ofereça. Matar a sede
e a fome de um animal é algo muito reconfortante que traz uma sensação de dever
cumprido muito gratificante.
Aliás, levar consigo um pouco de
ração para cães ou gatos, ou para ambos, é melhor ainda. Afinal, encontrar comida
não é uma missão fácil nos dias de hoje. Para conseguir qualquer resto de
refeição, quase sempre estragada, ou um osso para roer, os peludos quase sempre
precisam rasgar o lixo de alguma calçada ou se aproximar de uma mesa de bar ou
de algum boteco de esquina a espera de um gesto caridoso, o que, convenhamos,
muito raramente acontece.
Na maioria das vezes, em ambas as
situações, eles são, sim, é enxotados. A maioria das pessoas, infelizmente, não
consegue perceber ali um ser vivo desprovido de tudo, esperançoso de um gesto mínimo
advindo de um ser humano. Enxergam neles apenas uma ‘coisa’ qualquer lhes
perturbando e da qual querem se livrar a qualquer custo. E o preço que esses anjos
de quatro patas pagam é sempre muito alto.
Além de não terem a fome e a sede
saciadas, ainda levam o saldo de uma pancada, um chute, pedrada, água gelada ou
quente em seus corpos ou algo pior. E tudo porque, em sua ingenuidade e pureza,
acreditaram poder contar com a solidariedade de seres racionais que, na
verdade, deveriam protegê-los e não serem seus algozes.
Enfim, essa invisibilidade animal
faz parte de um problema social de grandes dimensões e que deverá perdurar
algum tempo ainda. Mas, se cada um fizer a sua parte esse mal pode ser
amenizado e alguns peludos poderão ter uma vida melhor.
Se você não pode adotar um bicho
de rua, pelo menos não seja mais um estorvo em sua vida já tão comprometida. Se
não puder ajudar, ao menos não atrapalhe. Mas, se você ajudar, será bem melhor.
E não vai custar nada.
Se você é uma dessas pessoas que
ainda têm dificuldade em sentir compaixão por um animal, proponho que ao
avistar um deles no seu caminho, imagine se fosse uma criancinha com uns dois
anos de idade perdida pelas ruas perigosas da cidade, famintas e assustadas.
Certamente, você não seria de todo insensível a essa cena, não é? Com um animal
é a mesma coisa. Ele depende de você tanto quanto qualquer criancinha. E sente
tudo igual. Pense nisso.
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