Qual caminho leva ao coração dos homens?

Estive refletindo sobre os motivos que me levaram a criar este blog. Na verdade, não é algo plural e sim muito singular. Um único motivo. Para mim, grande o suficiente para motivar essas e muitas outras ações: a necessidade urgente de tentar, de alguma forma, acabar com tantos sofrimentos impingidos aos animais.

Respeito e admiro veementemente o trabalho realizado pela multidão de protetores espalhados por esse Brasil afora e pelo mundo. Afinal, são eles que promovem ações essenciais que fazem toda a diferença na vida dos peludos socorridos. São missionários que abraçaram uma causa bastante sacrificante, repleta de casos dolorosos, que os fazem se confrontar diariamente com vários bichinhos que foram maltratados aos extremos por seres pertencentes a nossa própria raça. Impossível não sofrer com isso.

No entanto, esse é um trabalho desgastante e cheio de limitações porque é reincidente. Concordo que, apesar de todas as dificuldades e tormentas, nada supera a sensação de felicidade mediante o dever cumprido quando da recuperação de cada animal que alcança a bênção de recuperar a saúde e encontrar um adotante responsável e amoroso que lhe dê uma nova chance de vida. E é justamente por isso que, há tempos, algo em meu íntimo clama por mais.

Penso que o cerne de toda essa problemática consiste no endurecimento do coração do homem e que, talvez, a solução resida exatamente no despertar da compaixão, na eclosão da sensibilidade, na compreensão de que nossa pretensa ‘superioridade’ (embora, particularmente, eu não reconheça nos humanos essa condição) só encontra razão de ser se colocada à disposição do servir, cuidando e protegendo as outras espécies de forma altruísta e solidária. Do contrário, a raça humana continuará como está – repleta de reacionários homens das cavernas a retardarem a percepção e a vitória da essência do amor.

Criei este blog motivada pela forte necessidade de fazer algo mais. Tentar encontrar um caminho que leve ao coração dos homens para neles plantar a semente da transformação. Porque acredito mesmo que tudo isso poderá ser diferente se for realizado um trabalho de base sustentado pelos conceitos de moral e de ética, de compaixão e igualdade.

Parei para refletir e constatei que neste espaço está sendo feito apenas mais do mesmo. Não quero isso. Quero, sim, realizar um trabalho educativo através do qual as pessoas se inquietem e se sintam responsáveis por tudo o que acontece com os animais - quer seja por sua própria ação ou por sua omissão. E que, a partir daí, não consigam mais encontrar paz nem na inércia nem na conivência. Que um apelo maior por bondade e justiça grite em seu ser impulsionando-as ao bom agir.

Não estou convencida de que será postando casos horrendos que nos comovem e indignam que alcançarei esse objetivo. Não mesmo. Por isso, resolvi abrir meu coração e pedir sugestões a todos vocês. 

Qual vocês acreditam ser o caminho mais interessante a adotar aqui para atingir esse objetivo? O mais acertado? O mais didático? De que forma assumir, efetivamente, o papel de porta-voz da causa animal, sem apenas ‘chover no molhado’ ou andar em círculos o tempo todo?

A palavra é de vocês. Peço que se pronunciem aqui, por meio dos comentários, ou pelo e-mail jornalalmadebicho@gmail.com. 

Participando você estará nos ajudando a transformar o modo como as pessoas pensam e tratam os peludos.

Obrigada e até a próxima!